Turismo e Impactos Sócio-Ambientais na Praia do Francês
Autor: Elisabeth Carvalho Martins
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Nome do Curso: Desenvolvimento e Meio Ambiente
Orientador: Rodrigo de Araujo Ramalho Filho
Banca Examinadora:
Biblioteca Depositária:
Resumo:
Este estudo desenvolve-se em importante região turística do litoral sul alagoano, com grande biodiversidade de fauna e flora. Onde o turismo se apropriou de tais belezas contribuindo para um desenvolvimento acelerado e especulação imobiliária, influenciando também no modo de vida da população local. Os projetos governamentais e privados, voltados especialmente ao turismo, desenvolvidos nessa área, vêm descaracterizando os recursos naturais e paisagísticos que a tornaram tão atraente. Desde o início desconsiderou-se a importância de sua antiga comunidade para a conservação da área, bem como de sua estreita ligação com o meio circundante, através da pesca artesanal, do extrativismo do coco e da agricultura de subsistência, atividades de baixo impacto ambiental. A partir da consulta à bibliografia e aos documentos disponíveis sobre a comunidade, buscou-se a caracterização de seus recursos naturais, sociais e econômicos e as novas formas de ocupação ocorridas com o avanço do turismo e da especulação imobiliária, mais precisamente a partir do final da década de 1970. Empiricamente, através do levantamento da história oral da área, priorizando-se o registro daqueles que não apareciam em estudos anteriores, tornou-se possível verificar o quanto as formas desordenadas de ocupação e crescimento refletem os interesses de poucos, deixando à margem do processo de planejamento e dos benefícios auferidos aqueles que deveriam efetivamente participar e usufruir. Conseqüentemente constata-se que a ocupação não controlada e espontânea, que caracteriza o turismo local, agride e afasta de suas áreas as comunidades originais que agora são impedidas de desenvolver suas antigas atividades, devido às fortes mudanças econômicas, sociais e ambientais ocorridas no lugar. Sugere-se ao final a participação dessas comunidades nos planos para o desenvolvimento do turismo, as quais, através de seus conhecimentos tradicionais, podem fornecer os meios necessários para a manutenção dos atrativos naturais e culturais (e turísticos) locais, enquanto elementos de sustentabilidade dos projetos voltados para a área, evitando-se assim os impactos negativos das atuais formas de ocupação anárquica e degradante praticadas.
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