Turismo, Territórios e Sujeitos nos Discursos e Práticas Políticas - 2004
Autor: Luzia Neide Menezes Teixeira Coriolano
Instituição: Fundação Universidade Federal de Sergipe
Nome do Curso: Geografia
Orientador: Sylvio Carlos Bandeira de Melo e Silva
Banca Examinadora: Adyr Rodrigues Ballastreri ; José Clerton de Oliveira Martins; Luiz Cruz Lima e Maria Augusta Mundim Vargas
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Resumo:
O turismo materializa-se na lógica da diferenciação geográfica dos lugares e das regiões, sendo, portanto, um fenômeno geográfico. Esta tese, intitulada Turismo, Territórios e Sujeitos nos Discursos e Práticas Políticas teve como objetivo analisar o turismo contemporâneo, tendo como pressupostos sujeitos, territórios e políticas e toma como espaço de análise o Estado do Ceará. Examina as relações socioeconômicas e as políticas produtoras de territorialidades, vinculando-se à área da organização e dinâmica dos espaços regionais. Os objetos de análise foram os discursos e as práticas políticas dos governos, empresários e comunidades ou núcleos receptores de turismo. Adotou a metodologia etnográfica que associada às técnicas da análise do discurso, permitiu identificar os significados e sentidos dados aos fatos e fenômenos turísticos. O exame minucioso do tema percebeu como o turismo se insere no desenvolvimento regional, quais as coerências e incoerências entre os discursos e as práticas políticas, quais os conflitos entre os discursos e as políticas dos governos, dos empresários e das comunidades. Buscou os significados das políticas oficiais de turismo e das políticas alternativas, do chamado turismo comunitário. Estudou o discurso dos governos, dos empresários e dos lideres comunitários e as ações decorrentes desses discursos. O turismo faz parte da dinâmica atual da mundialização do capital, que cria territorialidades, como forma de responder às crises da acumulação global, envolvendo além do mercado, o Estado e a sociedade civil. Embora sendo voltado às classes ricas, que podem comprar lazer e viajar, chegou a todos os continentes e aos lugares periféricos. Estes produzem serviços turísticos mesmo sem usufruí-los, pois a injustiça social e a desigualdade são conseqüências do capitalismo. Os territórios turísticos são a um só tempo o lugar das estratégias do capital, do espetáculo e embevecimento dos visitantes e da resistência de residentes. O turismo não é uma atividade sólida que possa resolver os problemas socioeconômicos dos países periféricos, embora faça promessas neste sentido. O turismo comunitário, contudo mostra indícios de novas formas e adaptações do turismo, como atividade capitalista, voltado mais ao homem do que ao capital e, sobretudo, demonstra que um outro turismo é possível. Palavras - chave: Turismo; Território; Sujeitos; Discursos; Práticas Políticas
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