O Conjunto da Pampulha em Belo Horizonte: Concepção e usos para o Lazer e Turismo - 2004
Autor: Maria Stella Andrade de Resende
Instituição: Universidade do Vale Do Itajaí
Nome do Curso: Turismo e Hotelaria
Orientador: Roselys Izabel Correa dos Santos
Banca Examinadora: Doris Van de Meene Ruschmann; Haroldo Leitão Camargo; Roselys Izabel Correa dos Santos
Biblioteca Depositária:
Resumo:
Esta dissertação analisa o projeto do Complexo Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha, em Belo Horizonte, formado por uma Lagoa, um Cassino, um clube desportivo, o Iate Golfe Club, um salão popular de bailes, a Casa do Baile, a Igreja de São Francisco de Assis, idealizados pelo prefeito Juscelino Kubitscheck e projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que junto com companheiros artistas, como Portinari, Ceschiatti, Zamoyski, Burle Marx e Pedrosa, fizeram a Pampulha na década de 1940. O estudo utilizou-se do método histórico, via pesquisa documental, buscando-se documentos primários, e com apoio bibliográfico, caracterizando-se, por vezes, como pesquisa exploratória. Traz como objetivos específicos apontar os propósitos da construção do espaço em questão, seus usos e intervenções durante sessenta anos (1943-2003), e a situação atual enquanto patrimônio a ser conservado para o lazer e turismo. Começa pelo reconhecimento do patrimônio histórico no Brasil, traz à tona algumas reflexões sobre o binômio lazer-turismo; busca reconstruir o processo de formação do Estado de Minas Gerais, através dos aspectos sócio-espaço-históricos, para melhor entender a construção da Capital e o movimento modernista que a engendrou, assim como à Pampulha. Discute os usos desse espaço- Pampulha durante seis décadas (1943-2003) e relata os programas que vêm sendo ali implementados para a recuperação de sua bacia hidrográfica, com problemas de poluição e assoreamento causados pelo processo de metropolização acelerado da Capital e falta de planejamento sustentável. A tentativa de apreender a consolidação desse espaço como local de lazer e turismo, não se efetivou, na prática, ficando o mesmo durante longos períodos em estado de abandono e sub utilizado. Considera-se, com os resultados da pesquisa, que a Pampulha não se traduziu num complexo, como previsto, pois nem mesmo o hotel projetado foi construído, assim como não oferecia o local, atividades recreacionais naturais. O turismo ocorreu, na região, enquanto o Cassino funcionou, até 1946, quando foi proibido o jogo no país, ou talvez até alguns anos depois, enquanto a Casa do Baile funcionou como um dancing, mas também para a elite. E hoje a atividade turística ainda é ínfima, baseando-se em números de pesquisa da demanda, sendo Belo Horizonte reconhecida como cidade para negócios e, portanto, recebendo em sua maior parte, gente que vem a trabalho e que, em seus momentos de não-trabalho, fazem o papel de turistas, ou que por ela passam, aproveitando sua ida às cidades históricas. A Pampulha também não se efetivou como atração turística, pois não teve seus atrativos trabalhados a contento, tampouco convertidos em produto. Quanto ao lazer, conclui-se que ele sempre ali existiu, porém dirigido à elite, quando muito à classe média alta, que a freqüentava e ainda o faz. Com novas obras de revitalização do entorno da lagoa, aos 106 anos da Capital e 60 anos de Pampulha, além da construção do parque prometido para 2004, espera-se que ocorra uma ressignificação desse espaço, dando oportunidade Às outras camadas sociais de freqüenta-lo. Porém assinala-se a necessidade premente de um plano sustentado, o que nunca ocorreu ali, que possa garantir seu uso-fruto como objeto de lazer urbano às novas gerações. Palavras - chave: Complexo Turístico, Arquitetura Moderna, Patrimônio, Lazer
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