O tempo das brincadeiras: memória, turismo e tradição em Barra do Camaratuba PB - 2006
Autor: Gekbede Dantas da Silva
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Nome do Curso: Turismo
Orientador: Luiz Carvalho de Assunção
Banca Examinadora: Andrea Ciachi
Biblioteca Depositária:
Resumo:
Barra do Camaratuba, pertencente ao município de Mataraca, próxima à divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte, foi a comunidade escolhida para desenvolvermos este trabalho, objetivando estudar o conjunto das práticas das manifestações culturais e as implicações da atividade turística local, considerando a dinâmica cultural. Procuramos reconstruir histórias a partir das narrativas dos moradores mais ;antigos;, nativos, entre outros que vivenciaram, de alguma forma, experiências individuais e coletivas relacionadas às brincadeiras populares e às festas tradicionais, levando em consideração o que falam e imaginam sobre o vivido e sobre sua cultura. A Lapinha, o Pastoril, as Cantorias de Viola, os Bailes de Sanfona, o João Redondo, o Boi de Reis, o Coco de Roda, eram práticas comuns perceptíveis através dos vínculos comunitários. Dentre essas manifestações, a única que resistiu por mais tempo foi o coco de roda. A festa de São Pedro é outra manifestação popular que aparece no cenário atual como a festa de padroeiro, enquanto outras práticas culturais vão compondo o cenário do espetáculo. Estas questões percorrem muitas das narrativas dos entrevistados no entrelaçado entre memória, turismo e tradição. Portanto, procuramos construir nosso trabalho a partir da memória, da observação participante, da oralidade, das técnicas da história de vida, depoimentos pessoais, entre outros métodos fundamentais para a reconstrução de uma ;memória coletiva;. Falar sobre o passado de Barra do Camaratuba é reviver as festas, as relações de parentesco, o terço, o trabalho nos roçados, na casa de farinha, as pescarias, o lazer e os hábitos da vida cotidiana. Nessa comunidade há presença de conflitos de ordem social e cultural, causados pelas ;classes hegemônicas; que patrocinam as festas. Na festa de padroeiro percebemos que a lógica mercantil começou, muito recentemente, a transformar o fator religioso num pretexto para movimentar a economia do local. Dessa forma, uma comunidade originada a partir de pescadores artesanais e agricultores, tendo a pesca como meio de subsistência e as brincadeiras com referência de diversão, passaram a compor um novo quadro social com a chegada de ;outros; e com o suposto e recente desenvolvimento turístico. Percebemos transformações de impactos sócioambientais e culturais, exemplificados por uma atividade não planejada ou um turismo predatório. As mudanças sempre serão apontadas e comparadas a outras passadas numa esfera de relações vivenciadas pelos nativos, brincantes e pescadores locais
Redes Sociais