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<b>Autor: </b>Cristina Sayuri Sato - <b>Instituição: </b>Instituto de Biociências - USP

Parque Nacional Serra do Cipó, MG: percepção ambiental e estabelecimento de áreasa para educação - 2007

Autor: Cristina Sayuri Sato

Instituição: Instituto de Biociências - USP

Nome do Curso: Botânica

Orientador: Paulo Takeo Sano

Banca Examinadora: Jose Rubens Pirani

Biblioteca Depositária:

Resumo:

O Parque Nacional (PARNA) Serra do Cipó, localizado no estado de Minas Gerais, pertence à categoria Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, mas seus objetivos permitem um uso público amplo que deve ser compatível com os demais objetivos de conservação. Atividades turísticas na UC podem, por um lado, representar uma ameaça à preservação do meio ambiente, se não forem bem planejadas e conduzidas; por outro lado, podem ser uma grande oportunidade para sua sustentabilidade econômica. Desta forma, programas educativos que conciliem conservação e turismo e considerem tanto as características naturais do local quanto o perfil do visitante, seus interesses e expectativas, preferências e nível de satisfação, devem fazer parte do plano de uso público do parque. A educação ambiental no PARNA Serra do Cipó não possui uma estruturação organizada formalmente, onde as escolas locais são o principal meio de comunicação entre a UC e a comunidade. Nesse contexto, o principal objetivo do projeto foi o de estabelecer no PARNA Serra do Cipó, áreas de interesse paisagístico ainda pouco ou não exploradas ao longo da Trilha da Cachoeira da Farofa que apresenta variação de ambientes e paisagens, proporcionando, assim, grande diversidade de informações, considerando sua vegetação. Para tanto, levantamos e analisamos o fluxo de visitantes, caracterizamos o perfil e as expectativas dos visitantes acerca do parque por meio de questionário e da observação de suas atividades, realizamos uma reunião com os guias que trabalham neste parque e uma entrevista aberta com a analista ambiental do IBAMA. Percorremos a trilha visando levantar áreas e coletar espécimes vegetais, ambos com potencial paisagístico e educativo. Verificamos que os períodos em que o parque recebe mais visitantes são outono/inverno, sendo julho o mês com maior número de visitantes e fim-de-semana. Predominam os visitantes jovens, com nível de escolaridade alto, provenientes de Belo Horizonte, que vão ao parque acompanhados por amigos. A maioria dos visitantes tomou conhecimento da existência do parque por meio de divulgação pessoal, e foi motivada pela natureza preservada, cachoeira ou contato com água e/ou beleza cênica; e pratica caminhada na trilha. Ao chegar à portaria do parque, a maioria dos visitantes recebeu informações sobre regras e conduta e declarou que não gostaria de receber informações adicionais. Alguns dos problemas identificados no parque são os pontos alagados na trilha, a impossibilidade de atravessar o ribeirão dos Mascates no período de alta precipitação e a falta de atividades voltadas aos “ecoturistas”. Constatamos a necessidade da criação de oportunidades de acesso ao parque e às informações oferecidas pelos guias para pessoas que possuem renda inferior e são menos instruídas; de um trabalho de divulgação e informação para que os visitantes tomem conhecimento sobre a existência da portaria que dá acesso ao parque; e de uma melhor formação e informação dos guias. Notamos um paradoxo no desejo dos visitantes: querem estar em contato com a natureza e, ao mesmo tempo, ter o conforto da vida urbana. Além disso, não estão atentos aos diversos elementos da paisagem pelos quais passam ao longo do caminho, estando interessados apenas em chegar à cachoeira. Neste contexto, atividades de interpretação ambiental mostram-se bastante adequadas, uma vez que envolvem os visitantes de forma prazerosa, criando, assim, uma nova consciência, compreensão e compromisso. Para despertar a atenção para a paisagem e a vegetação, com base na expectativa dos visitantes, da entidade gerenciadora (IBAMA) e dos guias que trabalham no parque, propusemos o estabelecimento de áreas paisagísticas pouco exploradas nesta trilha, voltadas para educação ambiental, sobretudo educação em Botânica: um trecho de cerrado, um de mata ciliar e um de campo, representando diferentes formações do bioma cerrado, duas encostas avistadas ao longo da trilha e um bambuzal que pode ser utilizado como um instrumento para abordagem da ação antrópica em áreas naturais. Ao longo da trilha coletamos 45 espécies de angiospermas, pertencentes a 25 famílias, que ocorrem nas diferentes áreas, cujas informações podem servir de subsídio para um guia de campo para os guias condutores de visitantes e podem ser utilizadas como elementos para a educação dos visitantes com relação à Botânica.

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