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<b>Autor: </b>Fernando de la Rocque Couto - <b>Instituição: </b>Universidade de Brasília

Santos e Xamãs: Estudos do Uso Ritualizado da Ayahuasca por Caboclos da Amazônia, e, em particular

Autor: Fernando de la Rocque Couto

Instituição: Universidade de Brasília

Nome do Curso: Mestrado em Antropologia Social

Orientador:

Banca Examinadora:

Biblioteca Depositária:

Resumo:

Tivemos como objetivo neste estudo focalizar o uso ritualizado da ayahuasca como folk medicine por caboclos amazônicos, organizando de um modo geral o conhecimento sobre esse assento particularmente amplo, mais especificamente no que denominamos “Família Juramidã”. Esse sistema simbólico tem origem quando um maranhense negro, de 1.98m de altura, migra do Nordeste para o Acre, durante o período histórico conhecido como “Ciclo da Borracha”. Com conterrâneos, ele conhece no Peru a imemorial ayahuasca, recebendo de uma senhora que lhe aparecia em visões (Nossa Senhora da Conceição) um império mítico. Esse recebimento da missão possui traços característicos da iniciação xamânica. Vale dizer que a doutrina religiosa do Santo Daime, fundada por Raimundo Irineu Serra, tem traços xamanísticos próprios que denominamos “xamanismo coletivo”. O processo curativo é análogo ao processo catártico e abreativo conhecido na psicanálise e apontado por Lévi-strauss no famoso texto “O feiticeiro e sua amiga” (1974). Os procedimentos de cura incluem ritos de exorcismo, benzedeiras, uso da bebida como oráculo, “operações astrais” e doutrinação de seres “escurecidos” ou “escurecedores”. A harmonia concebe mesmo melhorar as relações familiares, comunitárias e doutrinárias como fonte de saúde. O inverso é causa de doenças. Por outro lado, a cura é um processo ininterrupto de limpeza, aperfeiçoamento com a potência moral, e uma espécie de terapia introspectiva de fundo ético. Como a instituição do xamanismo tem aqui importância relevante, fomos levados a refletir de maneira crítica sobre esse fenômeno. Fizemos também considerações sociológicas sobre a vertente comunitária da doutrina do Santo Daime, sob a liderança do Sr. Sebastião Mota de Melo “Padrinho Sebastião”, que mora com trezentas pessoas na floresta amazônica (Seringal Céu do Mapia), e que nós denominamos Movimento Religioso Ecológico.

 

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