Turismo e sustentabilidade: um olhar sociológico sobre os lugares Ponta do Corumbau, Brasil e Havana, Cuba - 2005

Autor: Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama

Instituição: Universidade de Brasília

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Orientador: Tânia Siqueira Montoro

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Resumo:

A tese oferece como contribuição a uma Sociologia do Turismo a legitimidade de um método investigativo do fenômeno com base na fenomenologia e dialética. Conceituo turismo como um fenômeno social que possui uma racionalidade própria da era moderna e que impacta lugares, o ambiente geo-econômico, sócio-cultural e espacial-político das comunidades nativas e residentes. O conceito de lugar, como unidade da vida social, é estruturante no sentido teórico-metodológico, para a realização de estudos de casos que tem por base fundamentos aproximativos, sobre os impactos do turismo nos lugares identitários Ponta do Corumbau, Brasil, e Havana, Cuba. O principal impacto em Ponta do Corumbau reside na afirmação de tendência de conquista do espaço que dá identidade ao lugar. A existência, porém, de um histórico de resistência comunitária, insere, indiretamente, uma dimensão política em aberto ao fenômeno turismo nesse monumento natural. Em Havana a dimensão política do fenômeno se materializa na tentativa do Estado de moldar um sistema de apartação social entre nativos e turistas. As transgressões morais, motivadas pela busca de satisfação de necessidades básicas reveladas nas abordagens de nativos a turistas, são os principais impactos no lugar havaneiro que, por sua relação dialética com o sistema sócio-político maior, adquirem uma conotação de contestação política. A questão do poder, colocada indireta ou diretamente pelo fenômeno turismo nos lugares pesquisados, indica que a sustentabilidade a ser buscada deve ser a do lugar diante do turismo, e não do turismo em si. Concluímos defendendo a tese de que, menos do que buscar elevar o termo sustentabilidade a um estatuto de conceito é de importância vital percebê-lo e afirmá-lo como idéia-força, como mensagem que agrega, que parte da necessidade à possibilidade de realização utópica de um novo paradigma civilizatório, via a ação dos atores sociais e a ocorrência de novos fenômenos que agem nos e sobre os lugares e as pessoas, a nível local e global, como o turismo.